MÉDICOS PELA VERDADE
Para: Conselho Federal de Medicina (CFM); Conselho Regional de Medicina da Bahia (CREMEB); Associação Médica Brasileira (AMB); Associação Bahiana de Medicina (ABM) e Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (SINDIMED)
Senhores(as) Presidentes das Entidades Representativas Médicas,
Nós, abaixo assinados, médicos, profundamente comovidos com o sofrimento e número crescente de mortes impostos à humanidade, constrangidos e aflitos pela condução irresponsável das políticas públicas em nosso país e indignados com a falta de posicionamento claro, manifestação firme e ações incisivas por parte das nossas entidades representativas (CFM, CREMEB, AMB, ABM e SINDIMED), após um ano de longa e sofrida espera e o absurdo de mais 270.000 brasileiros mortos, decidimos nos manifestar, pois já não nos é mais possível permanecer calados.
Nós, abaixo assinados, médicos comprometidos com a vida, com o cuidado e a promoção da saúde e do bem-estar da população baiana e brasileira; comprometidos com as boas práticas referendadas pela ciência; comprometidos com a busca de soluções inteligentes que visem acelerar a vacinação em massa de toda a população brasileira e diminuir a enorme pressão sobre os serviços de atendimento de emergência e internações, bem como de medicina intensiva, vimos, por meio deste documento, cobrar das referidas entidades representativas posicionamentos claros e comunicação ampla em relação a:
1 – Atuar firmemente a favor de um Plano de Vacinação adequado e efetivo que contemple toda a população brasileira e condenar pública e veementemente qualquer declaração ou comportamento dúbio ou equivocado em relação à importância e necessidade da vacina contra a COVID-19, independente da origem de tal atitude, bem como a falta de transparência ou qualquer outra inadequação do plano de vacinação estabelecido para o Brasil.
2 – Apoiar as medidas de prevenção (uso de máscara de proteção facial adequada, higiene das mãos, isolamento social e medidas de restrição, quando julgadas necessárias pelos especialistas em saúde pública e autoridades sanitárias) bem como condenar pública e veementemente qualquer declaração ou comportamento contrário a elas.
3 - Fiscalizar as condições de trabalho e segurança nas instituições que prestam assistência a COVID-19; promover e participar do esforço coletivo interinstitucional para este fim.
4 - Avaliar o impacto socioeconômico da pandemia sobre a atividade médica e definir medidas emergenciais para mitigá-lo sobre a categoria, tais como abonar, reduzir ou parcelar taxas e anuidades e reabrir prazo para requerimento de isenções.
5 - Posicionar-se diante dos governos em favor de todas as formas de auxílio emergencial a fim de garantir a sobrevivência e dignidade dos brasileiros, assim como um plano consistente de recuperação econômica.
Nós, médicos abaixo assinados, temos a convicção de que comportamentos reticentes e omissos na condução da enorme crise sanitária que se abateu sobre o nosso país trazem dúvida, insegurança e, certamente, dificultam a adesão das medidas propostas pelos especialistas em saúde pública e pelas autoridades sanitárias, causando danos inestimáveis à população que, por juramento, nos comprometemos a proteger e, em última instância, colocando em risco os profissionais de saúde, pelo excesso de trabalho, levando-os à exaustão. Por isso mesmo, temos a certeza de que esse Egrégio Conselho irá defender os mais dignos ideais de uma medicina que honra o cuidado de vidas acima de tudo.
Salvador, 10/03/2021
