GLOBO: DEMITA A BISPA AMAURI SOARES E VOLTE AOS ANOS DOURADOS E AO PADRÃO GLOBO DE QUALIDADE
Para: Alta Cúpula da Rede Globo de Televisão, ao Conselho de Administração das Organizações Globo, à Família Marinho (João Roberto Marinho, Roberto Irineu Marinho e José Roberto Marinho), à Direção Geral de Conteúdo e Entretenimento (Manoel Martins), ao Conselho Editorial da TV Globo e ao Comitê de Ética e Governança Corporativa da empresa
Nós, telespectadores, jornalistas, profissionais do audiovisual, fãs da teledramaturgia brasileira, artistas e cidadãos conscientes, vimos por meio desta manifestar nossa profunda insatisfação com a gestão de Amauri Soares – conhecido internamente como “A Bispa” – como Diretor dos Estúdios Globo e, anteriormente, Diretor Geral da TV Globo.
Desde sua ascensão ao cargo em 2020, a emissora passou por uma notória degradação em sua linha de programação, conteúdo artístico, jornalístico, cultural e em sua relação com o público, contrariando o famoso Padrão Globo de Qualidade que durante décadas foi referência nacional e internacional.
POR QUE A GLOBO DEVE DEMITIR AMAURI SOARES?
1. Gestão autoritária, conservadora e eclesiástica
Amauri é conhecido por seu estilo de gestão rígido, moralista, com forte influência religiosa e conservadora, que tem impactado negativamente o conteúdo artístico da emissora. Diversos profissionais relatam um clima de medo, repressão e censura criativa, em que decisões são tomadas de forma centralizada, sem escuta ativa ou debate técnico e artístico.
2. Censura e conservadorismo nos conteúdos
A gestão de Soares vetou, censurou ou impediu a produção de obras relevantes, com forte apelo social e artístico. Alguns exemplos: A novela “Todas as Flores”, de João Emanuel Carneiro", autor da aclamadíssima "Avenida Brasil", foi empurrada para o Globoplay, sendo um sucesso, porém, com cortes temáticos, sem espaço no horário nobre da TV aberta. A novela “Terra & Paixão”, de Walcyr Carrasco, enfrentou entraves internos por abordar temas como religião, agrotóxicos e até no relacionamento homossexual entre os personagens Kelvin e Ramiro, o maior sucesso da novela. A produção de narrativas centradas em diversidade sexual, decolonialidade, cultura negra e pautas feministas foi nitidamente substituída por tramas “familiares”, “bíblicas” e de apelo "cristão". Diversos casos foram reportados pela mídia, levantando questionamentos sobre a liberdade artística na emissora. A seguir, destacam-se mais alguns desses episódios:?
1. "Garota do Momento" (2025):
Na novela "Garota do Momento", o relacionamento entre Guto (Pedro Goifman) e Vinícius (Elvis Vittorio) foi marcado por controvérsias. Em fevereiro de 2025, uma cena de beijo entre os personagens foi ao ar, porém, sua breve duração gerou debates entre os telespectadores. Enquanto alguns elogiaram a iniciativa, outros criticaram a rapidez do momento, interpretando-o como uma possível tentativa de minimizar a representação do casal homoafetivo. Posteriormente, a trama apresentou uma reviravolta: Vinícius decide se mudar para os Estados Unidos para cuidar de seu pai doente, resultando em um relacionamento à distância com Guto. Essa mudança foi vista por alguns críticos como uma forma de reduzir a visibilidade do casal na narrativa. ?
2. "Vai na Fé" (2023):
Em "Vai na Fé", relatos indicam que cenas de beijo entre as personagens Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Sztejnman) foram vetadas. Embora a emissora não tenha confirmado oficialmente tais cortes, a ausência dessas cenas gerou debates sobre a representação de casais homoafetivos na teledramaturgia brasileira.?
3. "Terra e Paixão" (2023):
Em setembro de 2023, a revista Veja reportou que uma cena de beijo entre os personagens Kelvin (Diego Martins) e Ramiro (Amaury Lorenzo) foi gravada, mas não exibida pela Globo. A emissora negou que houvesse tal cena no roteiro, mas a situação levantou discussões sobre possíveis restrições a demonstrações de afeto entre casais do mesmo sexo nas novelas da emissora.? Depois a emissora exibiu um beijo, com grande atraso, na reta final da novela.
4. "Pantanal" (2022):
Durante a exibição do remake de "Pantanal", surgiram especulações sobre a possível suavização de determinadas cenas para atender a uma audiência mais conservadora. Embora não haja confirmações explícitas de censura, tais mudanças foram interpretadas por alguns como uma forma de autocensura para evitar controvérsias.?
5. Saída de Glória Perez da Globo (2025):
Em 4 de abril de 2025, a renomada autora Glória Perez anunciou sua saída da TV Globo após mais de quatro décadas de colaboração. Segundo informações divulgadas pelo mesma em seu perfil no Instagram, a decisão foi motivada pela não aprovação, por parte da emissora, de uma nova novela que abordaria o tema do aborto. Glória explicou que, embora respeite a decisão da empresa, optou por não renovar seu contrato e seguir novos caminhos.
Esses episódios refletem os desafios enfrentados pela TV Globo em equilibrar a liberdade artística com as expectativas de sua audiência diversificada.
3. Preconceito velado e exclusão de talentos
Sob sua direção, artistas e profissionais com histórico de atuação em pautas progressistas foram silenciados, afastados ou ignorados. Casos emblemáticos incluem: Saída de nomes como Silvio de Abreu, José Luiz Villamarim, Maria Adelaide Amaral e Miguel Falabella. Profissionais negros, LGBTQIA+ e nordestinos têm relatado dificuldades de inserção, reconhecimento e valorização nas produções atuais.?Nos últimos anos, a TV Globo tem enfrentado críticas relacionadas a possíveis atos de censura em suas produções, especialmente no que tange à representação LGBTQIA+.
4. Audiência em queda e rejeição do público
Desde que Amauri assumiu: A audiência das novelas caiu drasticamente, com casos como “Travessia” e “Amor Perfeito” sendo exemplos de baixa repercussão. A produção “Vai na Fé”, apesar da sua qualidade, sofreu cortes e boicotes internos. O jornalismo da emissora perdeu dinamismo e enfrentou críticas por pautas frias, pouca ousadia e robotização dos formatos.
5. Distorção da identidade artística da Globo
A emissora abandonou pilares que a consolidaram como maior produtora de dramaturgia do mundo:
Abandono das minisséries de impacto e do investimento em teledramaturgia experimental. Reaproveitamento de formatos já desgastados e recusa em dialogar com novas estéticas e demandas culturais do público. Enfraquecimento da relação com diretores, roteiristas e núcleos artísticos.
QUEM DEVE SUBSTITUIR A BISPA?
Indicamos abaixo sete nomes de gestores e criadores que reúnem qualidades artísticas, visão humanista e compromisso com a inovação e diversidade:
1. José Luiz Villamarim
Diretor artístico da TV Globo entre 2021 e 2023, criou obras como “Onde Nascem os Fortes”, “Amores Roubados” e “Justiça”. Defensor da regionalização das produções, foi o responsável por dar espaço a novos autores e por introduzir uma linguagem cinematográfica na teledramaturgia. Tem histórico de gestão democrática, respeito ao coletivo e foco na excelência estética.
2. Walcyr Carrasco
Um dos autores mais prolíficos e bem-sucedidos da Globo. Assinou sucessos como “Verdades Secretas”, “O Outro Lado do Paraíso” e “Êta Mundo Bom!”. Conhece profundamente o público brasileiro, sabe equilibrar temas populares com questões sociais profundas e sempre defendeu personagens LGBTQIA+ com protagonismo. Poderia liderar uma nova fase mais ousada e conectada com o Brasil real.
3. Walter Salles
Cineasta premiado internacionalmente por filmes como “Central do Brasil”, “Diários de Motocicleta” e, o ganhador do Oscar de Melhor Filme Internacional, “Ainda Estou Aqui”. Tem visão global, sensibilidade artística e experiência com grandes produções. Como diretor de conteúdo ou curador-geral, traria para a Globo uma abordagem mais autoral e com potencial de exportação cultural.
4. Mônica Albuquerque
Atuou como Diretora de Desenvolvimento e Acompanhamento Artístico da Globo, onde implementou programas de diversidade e inclusão. Conhece profundamente o elenco e os bastidores da emissora, e sempre valorizou a formação de novos talentos. É defensora da liberdade artística e da descentralização do conteúdo.
5. Silvio de Abreu
Roteirista e criador de novelas históricas como “Guerra dos Sexos”, “Rainha da Sucata” e “Belíssima”. Como diretor de dramaturgia (2014–2020), resgatou o prestígio do horário das 21h, com apoio a autores como João Emanuel Carneiro e Manuela Dias. Tem profundo respeito pelo elenco e pelos técnicos.
6. Laís Bodanzky
Diretora dos filmes “Bicho de Sete Cabeças” e “Como Nossos Pais”, foi também presidente da Spcine e Secretária do Audiovisual no Governo Federal. Defensora do cinema nacional, da cultura democrática e do audiovisual como instrumento de transformação social. Representaria uma renovação real com base em representatividade, ética e qualidade.
7. Manuel Belmar
Atual CEO do Globoplay e diretor executivo com experiência em finanças e gestão de inovação. Conseguiu implementar medidas de austeridade sem sacrificar qualidade, tornando o Globoplay mais competitivo. É visto como um nome técnico, respeitado pelos executivos e que pode assumir a função com responsabilidade e neutralidade política.
O QUE ESPERAMOS DA NOVA GESTÃO?
Recuperação da ousadia criativa da Globo e da qualidade estética de suas produções. Revalorização de minisséries, novelas e formatos experimentais com conteúdos socialmente relevantes. Reaproximação com o público jovem, as periferias e os novos artistas do Brasil. Combate a qualquer tipo de censura, perseguição ou doutrinação ideológica dentro da emissora. Expansão da pluralidade cultural brasileira nas telas.
CONCLUSÃO:
A Rede Globo não pode se render a uma gestão conservadora, autoritária e contrária à liberdade artística e à diversidade. Pedimos urgentemente a exoneração de Amauri Soares de todos os cargos de liderança e a nomeação de um profissional comprometido com o futuro do audiovisual brasileiro. Pelo retorno da criatividade, da pluralidade e da excelência. A Globo ainda pode ser maior. O Brasil precisa disso.
Atenciosamente,
Fãs, telespectadores e profissionais da cultura brasileira que acreditam na arte, na liberdade criativa e na reconstrução de um Brasil plural nas telas.
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